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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Reflexão do dia:
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Imagem do Google

A Importância da Topografia para a Construção Civil e a Arquitetura


Analisando as etapas da construção civil pode-se constatar que esta atividade está envolvida no desenvolvimento principalmente urbano e social. O construtor tem a idéia de adquirir uma propriedade para nela construir um empreendimento imobiliário. A primeira coisa que o construtor deverá fazer é solicitar um serviço de levantamento plani-altimétrico cadastral do terreno. O levantamento topográfico não serve somente para se ter a certeza da metragem de uma determinada área, é muito mais do que isso, em mãos do levantamento plani-altimétrico, o construtor terá como avaliar não somente o preço, como também se o seu investimento lhe trará retorno financeiro. O levantamento topográfico proporciona uma real visão do terreno. A verificação da real geometria e altimetria do terreno traz segurança ao engenheiro ou arquiteto que for realizar um estudo de massa. Um levantamento topográfico bem apurado, deverá considerar todos os elementos existentes no local, tais como: meio fios, arruamentos internos, alinhamentos de muros e cercas, marcos demarcatórios, árvores, caixas de drenagem, postes, ralos, edificações existentes, edificações confrontantes, indicação do sentido do trânsito, existência de rios ou córregos próximos ao terreno, pontos cotados, curvas de nível, taludes, rochas, etc. Conclui-se portanto, que é imprescindível realizar o levantamento topográfico do terreno antes de investir cegamente num negócio imobiliário. Na fase de execução da obra, a topografia serve de instrumento técnico para evitar erros, podemos citar os seguintes serviços: Demarcação dos limites do terreno, locação de nivelamento dos furos de sondagem, demarcação do esquadro da obra, locação de estacas, locação de pilares, nivelamento do terreno, acompanhamento das prumadas dos pilares, nivelamento do pisos e lajes, marcações das áreas de lazer e jardim, as-built da obra, etc. Dentre as exigências dos Órgãos Públicos, para aprovação de projetos urbanos, algumas soluções são dadas pela topografia.

Quantos DEGRAIS tem esta escada?


Esta foi a pergunta que ouvi alguns anos atrás em uma obra, durante uma reunião
para resolver qual a melhor forma de executar uma escada "dentada". E adivinha 
quem fez a infeliz pergunta? O engenheiro, responsável pela execução e gerenciamento 
da obra!

Naquele momento consegui segurar meus "surtos ortográficos", mas faltou muito 
pouco para eu soltar uma de minhas pérolas, tão costumeiras para quem convive 
comigo: Nenhum, porque uma escada é formada por degraus e não degrais!


É isso mesmo, para quem não sabe, o plural de degrau é degraus com U e não 
com I! É claro que você já sabia, não é? Pois o empreiteiro e o pedreiro que 
participavam da reunião também sabiam e perceberam a gafe do engenheiro... 
Pelo menos eu acho, porque trocaram um olhar de espanto seguido de um risinho 
constrangedor!

Então, se você é engenheiro, arquiteto, tecnólogo ou simplesmente está construindo 
para morar ou investir, cuidado para não tropeçar no português, principalmente 
próximo aos operários da obra que, a cada dia que passa, estão mais esclarecidos, 
disputados pelas construtoras e, consequentemente, melhor remunerados!


Por:http://www.dicasdeportugues.net/2012/05/quantos-degrais-
tem-esta-escada.html
46 museus virtuais para você visitar de graça
O Brasil conta com mais de 3.000 museus e você já visitou pelo menos 5% deles? Pensando nisso alguns museus digitalizaram seus acervos para espelhar a cultura e informação pela internet. Confira os 46 museus virtuais que você pode visitar:


(Crédito: Tupungato / Shutterstock.com)

É sempre um bom passeio turístico, informa, diverte, educa
Visite os museus virtuais. Eles representam a História e se comunicam com o internauta por meio de acervos, informações e arte. Infelizmente com a correria do cotidiano ficamos impossibilitados de visitar todos os museus disponíveis.
» Veja as habilidades do pintor Leonardo Da Vinci em um passeio virtual exclusivo
» Cidade chinesa terá museu sustentável
» Os museus de arte mais populares do mundo

Digitalizar e disponibilizar itens de acervo pode ser apenas uma das etapas que um planomuseológico prevê para disseminar a informação e cultivar a memória, portanto, se você não puder visitar pessoalmente navegue por eles e divirta-se. É sempre um bom passeio turístico, informa, diverte, educa. Confira a seguir os 46 museus virtuais disponíveis na rede:
» Museu da Infância

Crédito: AUTOR: IABTOCANTINS 
Tupungato / Shutterstock.com

Anteprojeto, ante-projeto, antiprojeto ou 

anti-projeto??


Primeiramente, vamos analisar os prefixos:

Ante - ideia de anterioridade, aquilo que vem antes.

Anti - ideia de contrariedade.

Assim, como nenhum arquiteto, engenheiro ou projetista fará algo "contra" o projeto,
já podemos descartar o prefixo "anti".

E agora?? Com ou sem hífen?? Anteprojeto ou ante-projeto?? Com os prefixos ANTE,
ANTI E ARQUI, só podemos usar hífen se a palavra seguinte começar com "h", "r" ou "s"
como, por exemplo: anti-horário, arqui-rival e ante-sala.

Portanto, o correto é: ANTEPROJETO!!

E o que seria um anteprojeto?? 

De acordo com a NBR 6492 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 1994),anteprojeto é a fase da "definição do partido arquitetônico e dos
elementos construtivos, considerando os projetos complementares (estrutura, instalações,
 etc>). Nesta etapa, o projeto deve receber aprovação final do cliente e dos órgão
envolvidos e possibilitar a contratação da obra."

(Fonte da imagem: eng. Antonio Scheffer)

Durante o anteprojeto, geralmente desenvolvemos os seguintes documentos: 

- situação; 
- plantas, cortes e fachadas; 
- memorial justificativo, abrangendo aspectos construtivos;
- discriminação técnica;
- quadro geral de acabamentos;
- documentos para aprovação em órgãos públicos;
- lista preliminar de materiais.

Em alguns projetos, é também nesta fase, que solicitamos um custo estimado da
obra para a construtora ou empreiteiro a fim de ajustar o projeto às possibilidades
financeiras do cliente. 

É claro que os documentos entregues durante a fase de anteprojeto variam de um
escritório para outro. Eu já trabalhei em um escritório que, do estudo preliminar
partíamos direto para o projeto executivo, pulando o anteprojeto. Mas, como disse,
isso varia de escritório para escritório, de projeto para projeto.

Então, lembre-se: na hora de entregar o próximo anteprojeto para o professor ou
cliente, nada de hífen!!!

Até a próxima!!!


REFERÊNCIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492: Representação de 
projetos de arquitetura. 
Acesso em: 16 set. 2013

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O que torna uma cidade caminhável?
Seattle © ecstaticist, via Flickr


Caminhar por um bairro que tenha parques, comércios e serviços próximos uns dos outros é sem dúvida uma atividade mais agradável que andar por regiões onde esses programas e usos se encontram menos adensados.
Dentre os fatores que influenciam nisso, segundo um estudo da Universidade de British Columbia, estão o desenho do espaço urbano, o acesso aos transportes públicos, a densidade populacional e as leis de zoneamento, que mudam de um município para outro.
Na pesquisa foram comparadas duas regiões do estado de Washington com o objetivo de observar onde a experiência urbana se mostrava mais agradável. Foi incluída na pesquisa, também, a medição feita pelo Walk Score, um site que pontua os índices de caminhabilidade das regiões, tomando como base, entre outros fatores, os deslocamentos a pé, de bicicleta e em transporte público.
Veja os resultados a seguir.
Segundo a pesquisa, a experiência de caminhar um quilômetro e meio em Phinney Ridge, um bairro no centro-norte de Seattle, e caminhar a mesma distância emBellevue, uma cidade satélite de Seattle, são bastante diferentes.
Isso acontece pois o primeiro apresenta vários parques, lojas e serviços próximos uns dos outros, enquanto o segundo conta apenas com pequenas praças, distantes umas das outras, e algumas poucas lojas e serviços.
Essa característica é, em parte, explicada pelo traçado urbano de Phinney Ridge - um desenho em grelha que condensa todas as atividades - enquanto Bellevue não possui nenhuma área urbana definida e apresenta, além disso, muitas ruas sem saída que prejudicam os deslocamentos, afetando a acessibilidade e eficiência do traçado.
As linhas azuis no mapa de Phinney Ridge representam os lugares próximos, a menos de um quilômetro e meio do centro – ou da estrela –, que conectam bairros residenciais e de serviços com parques e comércios.
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Mapa de distâncias caminháveis em Phinney Ridge. Fonte: Instituto Sightline
Ao medir este bairro no Walk Score, o resultado obtido foi "muito caminhável", alcançando 80 de 100 pontos.
Na mesma escala o transporte público recebeu 48 pontos, enquanto que a bicicleta atingiu 72 pontos.
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Mapa de Phinney Ridge é "muito caminhável". Fuente: Walk Score.
No mapa de Bellevue a situação é muito diferente; são reduzidas as opções de deslocamento a pé no centro da cidade
e a maioria dos parques está a mais de um quilometro e meio de distância uns dos outros. Além disso, a maior parte 
dos estabelecientos comerciais se encontra longe do centro.
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Mapa de distâncias caminháveis em Bellevue. Fonte: Instituto Sightline
No Walk Score essas deficiências de Bellevue foram refletidas na pontuação da região, que foi classificada como
"um pouco caminhável" (51 de 100 pontos), com 54 pontos no transporte público e apenas 39 no transporte cicloviário.
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Mapa Belleveu "um pouco caminhável". Fonte: Walk Score.
No entanto, os pesquisadores de Columbia explicam que as malhas urbanas quadriculadas não são o modelo mais eficiente; se tomarmos o exemplo de algumas cidades europeias, muitas delas apresentam malhas circulares.
Na realidade, o que potencializa os deslocamentos é a alta densidade dos bairros combinada com ruas e avenidas bem conectadas e com um bom sistema de transporte público.
O estudo também mostrou que as leis de zoneamento são responsáveis por determinar se uma cidade apresenta ou não lugares atraentes próximos uns dos outros, o que se comprova pela coexistência de bairros que recebem bem os pedestres, e outros que são voltados para os automóveis.
Via Plataforma Urbana. Tradução Maria Júlia Martins, ArchDaily Brasil.
Seattle © ecstaticist, via Flickr
Seattle © ecstaticist, via Flickr
Mapa de distâncias caminháveis em Phinney Ridge. Fonte: Instituto Sightline
Mapa de distâncias caminháveis em Phinney Ridge. Fonte: Instituto Sightline
Mapa de Phinney Ridge é "muito caminhável". Fuente: Walk Score.
Mapa de Phinney Ridge é "muito caminhável". Fuente: Walk Score.
Mapa de distâncias caminháveis em Bellevue. Fonte: Instituto Sightline
Mapa de distâncias caminháveis em Bellevue. Fonte: Instituto Sightline
Mapa Belleveu "um pouco caminhável". Fonte: Walk Score.
Mapa Belleveu "um pouco caminhável". Fonte: Walk Score.




Fonte:Constanza Martínez Gaete. "O que torna uma cidade caminhável?" 12 Aug 2014. ArchDaily. Accessed 13 Ago 2014.  http://www.archdaily.com.br/br/625380/o-que-torna-uma-cidade-caminhavel
Museu da Casa Brasileira – MCB oferecerá amanhã, 20 de agosto, uma visita noturna gratuita pela exposição “Maneiras de expor: arquitetura expositiva de Lina Bo Bardi”. A mostra permanece aberta à visitação noturna das 18h às 22h.
No contexto do centenário de nascimento da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, o MCB realiza a exposição que busca evidenciar o caráter pioneiro das propostas feitas para mostras de longa e curta duração, representando aspectos construtivos e de comunicação propostos dentro de uma visão de reconhecimento e afirmação da cultura brasileira. Com visitação até 9 de novembro, “Maneiras de expor” reúne desenhos, cartazes e fotos originais de mostras realizadas por Lina Bo Bardi, além de 6 exemplares dos famosos cavaletes de vidro criados pela arquiteta.
Nas visitas noturnas o Museu da Casa Brasileira atende ao público espontâneo e a grupos agendados. Para mais detalhes sobre a exposição, acesse a página do MCB.
  • Data: de 19 de agosto a 09 de novembro
  • Horário: das 18h às 22h (visita noturna)
  • Local: MCB – Museu da Casa Brasileira
  • Endereço: Av. Faria Lima, 2705 – São Paulo-SP
  • Agendamento: (11) 3032 2499 – agendamento@mcb.org.br

Cita:Romullo Baratto. "MCB promove visita noturna à exposição sobre Lina Bo Bardi" 19 Aug 2014. ArchDaily. Accessed 19 Ago 2014. <http://www.archdaily.com.br/br/625708/mcb-promove-visita-noturna-a-exposicao-sobre-lina-bo-bardi>

Habitantes de São Paulo chegam a perder um mês por ano 

no trânsito


Um estudo realizado pela Companhia de Engenharia de Tráfego da cidade de São Paulo sobre a influência das faixas de trânsito exclusivas mostra que aqueles que optaram pelo transporte público coletivo deixaram de gastar diariamente 38 minutos no trânsito.
 
Para chegar a esse valor o CET analisou a rotina de deslocamentos de aproximadamente 3 milhões de usuários do transporte coletivo. A cifra (38 minutos) pode parecer, à primeira vista, singela, porém, o total de tempo “economizado” no trânsito (apenas pelos usuários analisados) alcança 1,9 milhões de horas por dia, tempo que pode ser melhor aproveitado e certamente gera implicações econômicas e sociais.

(Av. 23 de maio)

A importância de se utilizar os layers no projeto de arquitetura



Quando estamos projetando, utilizamos vários layers, cada um para determinada representação. 
Mas muitos ainda não sabem, que estas estando organizadas, podem nos ajudar muito no desenho. 
Cada profissional utiliza deste recurso, e trabalham melhor quando se organizam os layers 
segunda a necessidade do projeto.
 
Quando criamos os layers e destinamos a cada representação, podemos entender melhor o que 
estamos desenhando. Por mais simples que seja o desenho, se usarmos apenas um layers para 
fazer todo o projeto, não conseguimos entender a sua representação no programa e nem quando
plotado. Outro grande diferencial, notamos quando precisamos esconder alguma coisa que 
foi desenhado, para poder trabalhar com outra, como por exemplo: esconder as hachuras 
para poder cotar, isolar uma parede para colocar hachuras, ocultar representações desnecessárias 
para o momento, etc...

 
Devemos possuir o habito de criar layers específicos, assim temos uma representação mais rica e 
fácil de se entender. Muitas pessoas pensam que muitos layers sobrecarrega o projeto, mas na 
verdade não.
Outro fato que muitos se preocupam e com as cores das linhas. Elas são utilizadas para a 
representação das espessuras, onde cada cor pode ter uma espessura diferente da outra. Isto 
não é regra, mas existem alguns padrões de cores e espessuras, onde grande parte dos profissionais 
como arquitetos e engenheiros, utilizam em programas de desenhos como por exemplo o AutoCad.
Muitas das vezes uma cor é utilizada para várias representações, mas isto não prejudica o desenho 
desde que não sejam utilizadas demais. Para representações de peças sanitárias, mobiliários, eletrodomésticos e outros, podemos variar em outras cores para que estas não se misturem as já 
utilizadas no desenho. Quando utilizamos outras cores, temos a opção de escolher se queremos 
que estas sejam impressas coloridas ou não. No caso destas layers criadas em específico como os 
mobiliários e os eletrodomésticos, podemos configurar para que estas sejam impressas em preto, independente da cor que está no layers de representação. Na representação de vegetação podemos 
optar por imprimir colorido ou não, seguindo a necessidade de representação do projeto final.
 
Devemos aproveitar ao máximo, os recursos oferecidos pelos softwares de desenho. Pois eles foram 
criados para nos auxiliarem e facilitam nosso trabalho. Não tenha receio de ter mais de 10 ou 15 
layers, pois facilitará a representação e a visualização dos elementos contidos no projeto durante a 
sua criação.

CRÉDITOS: Postado por 

Arquitetura é tema de concurso sobre economia criativa

Prêmio Brasil criativo engloba 21 segmentos incluindo arquitetura, design e patrimônio histórico



Promovido pelo Ministério da Cultura, o Prêmio Brasil Criativo abre as inscrições para sua primeira edição no dia 28 de agosto de 2014. Englobando mais de 20 setores, a iniciativa visa celebrar e reconhecer projetos de economia criativa do país, “catalisando recursos fundamentais para o desenvolvimento ecoeficiente”.

A competicação é divida entre as categorias artes de espetáculo, audiovisual e literatura, expressões culturais, patrimônios e criações culturais e funcionais, modalidade que engloba trabalhos de arquitetura e design. Além de receberem, ao todo, 50 mil reais, os vencedores também serão contemplados com curso de especialização.

Os projetos devidamente inscritos via internet serão avaliados e selecionados pela comissão julgadora, composta por membros do governo e especialistas. Após esta etapa, os selecionados passarão pelo júri popular e, posteriormente, por uma avaliação final onde os curadores escolherão um ganhador por categoria.

“Anualmente, no mundo, a economia criativa cresce com taxas acima da economia tradicional, mas esse crescimento está concentrado nos países desenvolvidos. Agora, é a hora do Brasil ser reconhecido como a grande nação criativa do mundo”, afirma Lucas Foster, um dos idealizadores e coordenador-geral da premiação.

Para mais informações e inscrições, acesse: www.premiobrasilcriativo.com.br (disponível a partir do dia 27 de agosto)

Publicada originalmente em ARCOweb em 13 de Agosto de 2014

“A favela é o local mais antropofágico do Brasil”

 


O livro “Um país chamado favela”, recém-lançado, traz dados interessantes sobre favelas brasileiras, como a existência de um senso de comunidade (e de existência) maior do que em qualquer outro local do país

Doze milhões de brasileiros moram em favelas. Se, todas juntas, elas formassem um estado, ele seria o quinto mais populoso do país, capaz de movimentar R$ 64,5 bilhões por ano. Quase dois terços de seus moradores têm menos de 35 anos. E, entre todos, 62% têm orgulho do local em que vivem.
vinicius depizzol
vinicius depizzol
Nove em cada dez moradores da favela receberam pelo menos um amigo em casa no último mês. No “asfalto”, são apenas três em cada dez. O dado ilustra o sentimento de comunidade apontado pelos autores como uma característica do local.
Quem divulga ao público esses dados é o recém-lançado livro “Um país chamado favela”, de autoria de Renato Meirelles e Celso Athayde. A obra é resultado da pesquisa “Radiografia das Favelas Brasileiras”, que ouviu 2 mil pessoas em 63 favelas de dez regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal). O leitor do Catraca Livre pode conferir o primeiro capítulo do livro aqui.
Mas o livro não trata apenas de dados. Os autores pretendem, através de histórias de vida, personagens e análises contextuais, desmistificar o território dos morros e comunidades – ainda encarado como um corpo estanho para quem é “do asfalto”. Renato Meirelles, pesquisador, presidente do instituto de pesquisa Data Popular e criador do Data Favela, conversou com o Catraca Livre sobre a obra.
….
Qual é a proposta do livro?
O universo da favela sempre apareceu em pesquisas, mas o livro procura mostrá-la como protagonista, e não como objeto. Queremos quebrar o preconceito, quebrar muros e construir pontes.
Quais foram as maiores surpresas da pesquisa?
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A desigualdade social pelo mundo captada em 6 imagens aéreas
O fato de que dois terços dos moradores não sairiam da favela nem se suas rendas dobrassem e a vontade de abrir seu próprio negócio, de ser um empreendedor. A favela é um território em que o poder público não age, falta coleta de lixo e há violência e problemas de saúde. Só que esse cenário criou um espírito de solidariedade fantástico, uma comunidade. Conseguir enxergar a favela nas suas contradições, como um local que funciona na sua lógica própria, é algo fantástico.
O que é a favela hoje no Brasil?
Sempre foi um lugar a ser evitado, estigmatizado. Hoje nós vemos a favela exportando sua cultura para o restante do Brasil, com funk e rap fazendo sucesso entre a elite. Vemos um morador que reconhece ser vítima de preconceito, mas que tem orgulho do seu lugar. Vemos uma rede de solidariedade que pode nos ensinar algo. Na favela, 91% dos moradores receberam um amigo em casa no ultimo mês. No asfalto, esse índice é de 30%.
O que significa o aumento do poder de consumo dentro da favela?
Nós vemos o consumo por três lógicas. A primeira é vinculada à celebração da melhora da qualidade de vida – como se eles conseguissem ter certeza que a vida melhorou nos últimos anos. A segunda é o consumo como investimento – uma maquina de lavar roupa comprada no carnê para substituir o tanque, um computador pago com juros para o filho estudar. A terceira tem a ver com a diminuição do preconceito. Os moradores da favela tomam 3 vezes mais batidas da polícia do que os do asfalto. Quando eles entram numa loja, são olhados com desconfiança. Mas se estão vestidos com roupas de marca, essas situações melhoram.
A favela está se reconstruindo?
Na favela, as relações são muito mais intensas. Os moradores brigam entre si, mas se ajudam muito mais. Ver um vizinho com um carro novo é encarado como um sinal de que a comunidade está prosperando. A favela é hoje o território mais antropofágico do Brasil, ela absorve as culturas do mundo inteiro, digere e devolve isso de um jeito próprio e lindo.