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quinta-feira, 5 de março de 2015

Declividade


    
A declividade de uma vertente, é o grau de inclinação que esta tem em relação a um eixo horizontal. Ou seja, vertentes mais inclinadas possuem uma maior declividade. Quanto mais inclinada uma vertente, maiores são os riscos de processos erosivos se acentuarem.
   
Em uma carta topográfica, é possível verificar a declividade através da proximidade das curvas de nível. Quando estas estiverem mais próximas, a declividade será maior. Quanto mais afastadas, menor será a declividade.

Na figura abaixo é possível verificar isto. A vertente do lado esquerdo, está com as curvas mais afastadas, portanto, o relevo é mais plano (com menor declividade). Já a vertente do lado direito possui uma grande declividade, pois as curvas estão muito próximas.

A declividade (slope) em uma carta topográfica
Fonte: http://rawculturecollective.wordpress.com/2011/01/18/174/


Relevos mais inclinados, podem receber diversas denominações, como: ondulados, movimentados, declivosos, entre outros. E este é um fator que ajuda a entender as proporções dos processos erosivos, bem como os movimentos de massa . Estes atuam com mais intensidades em vertentes mais inclinadas, conforme a figura abaixo.

O papel da gravidade em superfícies com maior e menor declividade
Fonte: http://maisbiogeologia.blogspot.com/2009/03/ocupacao-antropica-e-problemas-de.html


Com os dados de curvas de nível, portanto, é possível se analisar a declividade de um lugar, como uma bacia hidrográfica. O mapa abaixo é um mapa de declividades em uma bacia hidrográfica.

Mapa de declividades da bacia hidrográfica do rio Capivarí
Fonte: Nowatzki e Oka-Fiori (2009)


No mapa acima, percebe-se uma área de um retângulo em preto. Ampliando, notamos na figura abaixo a esquerda como que é feita uma análise deste tipo de mapas. Na figura da direita, incluiu-se as curvas de nível, para que possa-se perceber que quanto mais próximas as curvas estão, maior é a inclinação da vertente, ou seja, maior declividade. Neste caso, quanto mais escuro são as cores das classes, maior é a declividade.

  
Exemplo de uma porção de um mapa de declividades. A esquerda, as declividades. A direita, as declividades junto com as curvas de nível
Fonte: Nowatzki e Oka-Fiori (2009)


Leia mais: http://professoralexeinowatzki.webnode.com.br/geomorfologia/declividade/
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As Curvas de Nível

L6cm
\includegraphics[scale=0.7]{contour.eps}
O mapa topográfico contém informações de relevo que são muito importantes para a navegação. Esta informação está codificada em curvas de nível, que são as linhas marrons que estão dispostas mais ou menos concêntricamente no mapa. Cada linha indica uma altitude fixa, de forma que uma rota que cruze duas curvas de nível estará mudando de altitude -- subindo ou descendo. Nos mapas de 1:50.000 do IBGE, cada curva de nível difere 20m de altitude das suas vizinhas (a eqüidistância das curvas de nível). As linhas marrons mais fortes são as curvas-índice, que marcam altitude múltiplas de 100m, e que têm a altitude marcada em algum lugar da linha; para linhas longas, às vezes vai ser preciso procurar o numero. 
Entenda a curva de nível como um andar, ou uma fatia, do relevo. Naquele andar, todos os pontos estão na mesma altitude. Ao cruzar de uma curva para outra, é como se estivéssemos passando para outro andar, todo ele também com a mesma altitude. Se as curvas estão muito próximas, a altitude varia bastante naquela região e o relevo será íngreme. Se as curvas são bem espaçadas entre si, o relevo sobe ou desce de forma mais suave. Cachoeiras, por exemplo, são marcadas por rios que cruzam muitas curvas de nível em uma distância bem pequena, denotando uma queda brusca. 
R6cm
\includegraphics[scale=0.7]{contour2.eps}
Descobrir se as linhas tem um perfil de subida ou descida não é exatamente trivial; a melhor forma de descobrir é usar os rios, as curvas-índice, e os pontos de altitude máxima ou mínima para aquele conjunto de linhas (que são os vales e picos). Os rios sempre cruzarão as curvas de nível descendo (porque correm sempre das altitudes maiores para as menores), de forma que basta encontrar a nascente e seguir o rio a partir dela para ter certeza do perfil decrescente das curvas. Perceber que onde o rio passa é sempre um vale também é útil; em geral, partindo do rio em direção perpendicular a ele, a altitude aumentará. 
A leitura das curvas de nível é algo que realmente deve ser aprendido de forma prática, observando o mapa e entendendo o relevo. A habilidade de transpor o que está descrito nas curvas de nível para acidentes geográficos é muito, mas muito importante mesmo. Por isso, treine sua habilidade observando montanhas conhecidas e comparando-as com as curvas no mapa. Em algum tempo vai ficando mais fácil, até ser mais ou menos automático.


FONTE:http://www.bichodomato.net/navegar/navegar-html/node10.html

O mapa topográfico, as curvas de nível e o 

perfil topográfico

topogrfaico_lr.jpg
As curvas de nível são linhas que unem pontos de igual altitude. A partir delas podemos fazer uma interpretação do relevo. POdemos marcar os topos das principais elevações, marcar os fundos de vale, vrificar se as vertentes são íngremes ou suaves, e até, inferir sobre a forma das vertentes. mas o pormenor do mapa topográfico não é suficiente para nos dar todos os pormenors e aspectos do relevo. tal pode ser visto na figura em cima. Alguns aspectos, como pequenas escarpas ou relevos de dureza (elevações que surgem devido à erosão diferencial e que se constituem por pequenas elevações) e a forma de pormeno dos vales, poderão não ser possveis de verificação a partir de uma mapa topográfico. Um estudo mais pormenorizado do relevo implica mapas de escala maior e muito trabalho de campo.
PTG

FONTE: https://geographicae.wordpress.com/2007/05/23/o-mapa-topografico-as-curvas-de-nivel-e-o-perfil-topografico/
TOPOLOGIA


1969

1.GENERALIDADES
A topologia tem por objeto o estudo das formas do terreno e das leis que regem o seu modelado. É o complemento indispensável da topografia. 
A topologia ensina a interpretar as formas que se vêem, analisá-las e, sobre o próprio terreno, deduzir as formas vizinhas. Quando aplicada à leitura de cartas, permite identificar as formas do relevo, a natureza e a estrutura deste.
As informações de uma carta serão mais precisas quanto mais detalhes apresentar e quanto mais fielmente forem representadas as formas do terreno.
A ação dos agentes de ordem interna e externa e as leis que regem a erosão, sem dúvida, são os fatores principais de modelagem da superfície topográfica.

2.FORMAS DO TERRENO
Se fosse feita uma inspeção sobre a superfície terrestre a uma altitude superior a 10 000 km, certamente se veria sua forma esférica, mas não seriam destacados ou avistados quaisquer dos seus acidentes. Porém, à medida que a altura do vôo diminuísse, perceber-se-iam, gradativamente, as principais saliências e reentrâncias.
O aspecto da superfície poderá assemelhar-se a uma sucessão de ângulos diedros, ora com a concavidade voltada para baixo, ora voltada para cima. Nestes mesmos diedros são encontrados ainda outros diedros secundários visualisando-se enfim a complexidade das formas do terreno, que apresenta muitas vezes, ao lado das formas gerais e principais, outras isoladas ou intermediárias. 

2.1 Formas Gerais 
Examinando-se o conjunto do terreno, verifica-se que há duas formas fundamentais: elevações e depressões. Nas cartas, as elevações distinguem-se graficamente das depressões, pelo fato de suas curvas de menor valor envolverem as de maior valor. As depressões são verdadeiras escavações.
Para fins didáticos, os diedros são assemelhados às formas do terreno, tendo-se então: forma positiva, forma negativa e forma neutra.
a) Forma positiva - é uma forma saliente, chamada de espinhaço. Seja um diedro convexo, cuja aresta CD é a linha de junção das duas faces que são denominadas vertentes, encostas ou flancos. Quando muito íngremes, as vertentes tomam o nome de escarpas.A aresta é uma linha que divide as águas da chuva com as duas vertentes que a determinam, o que justifica ser denominada divisor de águas ou linha de festo. Na FIGURA 1, cada seta indica a direção e o caminho percorrido por uma gota d'água, a partir da l+inha da aresta.


FIGURA 1- Forma Positiva: Espinhaço.
b) Forma negativa - é uma forma reentrante do terreno, portanto negativa, constituída por duas vertentes, denominada vale. Seja um diedro côncavo, cuja aresta EF (FIGURA 2) é a linha de junção das suas duas faces (vertentes), e reúne suas águas. Esta é chamada detalvegue ("thalwer" - caminho do vale). Talvegue é, portanto, a linha mais profunda do vale , ou seja, de escoamento das águas.
 
                                                   FIGURA 2- Forma Negativa: Vale 
c) Forma neutra - a junção das duas vertentes pode dar origem também a uma forma positiva ou negativa, cuja aresta do diedro seja uma linha neutra, isto é, que não reúna e nem divida as águas pluviais. As águas escorregam da vertente dominante para a subjacente, atravessando a aresta. Esta linha denomina-se linha de mudança de declive ou de ruptura de declive.
A FIGURA 3 mostra exemplos de linhas mudanças (rupturas) de declives: no caso I a água, ao passar pela linha CD, ganha velocidade e no II perde velocidade. Tanto num como no outro caso, as linhas CD são de mudança (ruptura) de declive. Já o caso III mostra que a linha de mudança(ruptura) de declive pode ser horizontal ou inclinada sobre o horizonte. Neste caso, a linha de mudança de declive é uma linha em que a superfície do terreno experimenta uma mudança brusca de direção (ex. AB e CD). As águas que correm numa vertente não podem vencer uma linha de reunião ou de divisão de águas, porém vencem a de mudança (ruptura) de declive para passar de uma vertente para outra.



FIGURA 3 - Forma Neutra. I- mudança (ruptura) de declive positiva (CD), II-mudança (ruptura) de declive negativa (CD), III- declive com mudanças bruscas de direção (AB e CD).
Existem alguns exemplos de linhas de mudança (ruptura) de declive notáveis. Considerando-se o perfil de uma vertente com o seu prolongamento desde a parte mais alta até a mais baixa (FIGURA 4), tem-se: um terreno em princípio quase horizontal (AF, vertente rasante), depois se eleva e em sua parte mais alta atinge um ponto C (CF vertente mergulhante), a partir do qual o terreno se torna quase horizontal, (CB).
FIGURA 4 - Perfil de uma vertente com prolongamentos.
As linhas resultantes do encontro destas vertentes de declividades diferentes denominam-se:
a) crista topográfica: quando são de começo de declive (como em );
b) base ou sopé: base de uma elevação do terreno, quando no fim de declive (como em );
c) crista militar: quando se vê todo o terreno que lhe fica abaixo, sem ângulo morto (como em ).
--No intervalo das linhas de base F e crista topográfica C, podem haver outras linhas de mudança (ruptura) de declive, como por exemplo R eM.
Considerando o terreno visto de avião, aproximando-se dele cada vez mais, ver-se-ia que as vertentes não são de inclinação uniforme, mas cheias de elevações e depressões dispostas em direções diversas às da direção geral. Ter-se-iam assim outros espinhaços e vales secundários, chegando-se, por fim, a ver uma forma complexa de terreno, tendo muitas vezes ao lado dela outras formas isoladas ou intermediárias.
A forma poliédrica, em verdade, não representa nenhuma forma do terreno, entretanto serve para auxiliar na interpretação de uma forma do terreno, desde que suas arestas sejam arredondadas (FIGURA 5).
Nas formas positivas, as linhas de máximo declive divergem do divisor de águas, e nas negativas convergem para o de reunião de águas.
Na junção das vertentes, o declive é mais suave que nos flancos; portanto, as linhas de máximo declive são mais numerosas nas junções que nas vertentes.
As linhas de divisão, reunião de águas e mudanças de declive formam, por assim dizer, o esqueleto do terreno a ser representado pelas curvas de nível.
2.2 Formas Elementares
Formas elementares são aquelas que entram na constituição das formas gerais (espinhaço e vale).
a) os espinhaços são classificados em espigãogarupa e esporão.
 FIGURA 5- O terreno representado através do arredondamento das arestas da forma poliédrica.
espigão (FIGURA 6), apresenta:
- vertentes de inclinação rápida e uniforme provocando, na sua representação, curvas de nível cuneiformes (forma de cunha);
- divisor de águas bem definido, e
- assento, quando tem uma parte plana.
FIGURA 6- Características do espigão
garupa (FIGURA 7) apresenta:
a) vertentes que se unem por uma superfície suave, arredondada, parecida com a garupa de um cavalo;
b) divisor de águas mal definido.
FIGURA 7- Características da garupa.
esporão ( FIGURA 8) tem como característica principal um divisor de águas com uma inflexão acusando uma protuberância. É a parte terminal de uma linha de crista.
FIGURA 8- Característica principal do esporão.
b) os vales são classificados em estreitos e largos.
Os vales estreitos podem se apresentar como ravina e como grota.
ravina é um sulco formado pelo escoamento das águas; um vale estreito e profundo (FIGURA 9), e
- a grota não passa de uma ravina em terreno rochoso, no qual geralmente corre água e apresenta vegetação que a entope.
FIGURA 9 - Ravina.
Os vales largos podem ser: 
- chatos (FIGURA 10-A), quando em terreno de cascalho;
- anfiteatro (FIGURA 10-B), quando o declive das vertentes é forte, uniforme e com aspecto de um circo; e
pé de ganso (FIGURA 10-C), quando o vale se apresenta em sua origem em ramificação secundária tendo forma semelhante aos pés de palmípedes.
c) cabeceiras e escaras:
- cabeceira é o ponto onde surge o olho d'água que dá origem a um rio. Diz-se que um ponto está a montante quando este se acha para o lado da nascente do rio, que corre no vale, e a jusante quando está para o lado da foz;
- escara é uma escavação nas encostas das elevações devido ao arrastamento irregular do solo pelas águas pluviais (erosão).
ddepressão do divisor de águas - pode apresentar-se como colo ou sela, ou como passagens entre elevações.
colo ou sela é uma depressão numa linha de crista de uma serra. É o ponto onde o terreno sobe para dois lados opostos e desce para os dois outros. Tem-se uma idéia bastante exata da forma do colo, comparando-o a uma sela de cavalo, recebendo também o nome desela ou selada (FIGURA 11).
FIGURA 10 - Vale Chato (A), Anfiteatro ou Circo (B) e Pé de Ganso (C).
O ponto mais baixo da depressão do divisor chama-se vértice ou centro da sela. A sela pode ser classificada em: sela longitudinal (FIGURA 12-A) ou sela transversal (FIGURA 12-B).
FIGURA 11 - Perfil do vale e do espinhaço numa sela.
FIGURA 12 - Sela Longitudinal (A) e Sela Transversal (B).
Passagens entre elevações - as selas são os pontos de passagem indicados para as vias de transporte, por serem as mais baixas a transpor de uma vertente para outra. De acordo com sua extensão, as selas recebem diferentes denominações: desfiladeirocorredor,gargantabrechas ou canions.
Quando a sela é uma passagem de grande extensão e apresenta acesso difícil às elevações que a formam, recebe o nome dedesfiladeiro (FIGURA 13-A); quando é uma passagem de grande extensão mas apresenta acesso fácil às elevações que a formam, é denominada corredor (FIGURA 13-B); quando é uma passagem curta, apertada, profunda e estreita entre duas elevações e que pode ser rapidamente transposta, é denominada garganta (FIGURA 13-C); equando são passagens estreitas e profundas entre duas elevações de paredes abruptas, onde geralmente corre um rio, são chamadas decanions. Exemplos: Canion do Rio São Francisco, em Paulo Afonso, e do Rio Itararé, ao sul de São Paulo e entre Ouro Preto e Belo Horizonte, a bitola estreita da Central trafega por um trecho do canion do Rio das Velhas, afluente do São Francisco.
A forma de uma sela não é representada em uma carta, mas sim a altura do seu centro ou vértice. Para determinar sua forma e caracterizá-la mais fielmente, deve-se sempre tomar a altura de sua parte mais baixa, ou melhor, plana.
eDepressões resultantes da reunião de dois ou mais vales - estas depressões chamam-se bacia de recepção ou baciaBacia é um vale largo de forma mais ou menos circular cercado por elevações e com escoamento para suas águas. Quando o vale não tem escoamento para as águas, recebe o nome de cuba ou caldeirão. As curvas de nível são fechadas, e as de menor altura, envolvidas pelas de maior altura. No caso da bacia dar lugar à formação de um rio, ela toma o nome de um rio, o qual será o coletor de todas as águas dos demais rios dabacia. Exemplos: Bacia Amazônica, Bacia do Paraná, Bacia do Tietê, etc.
FIGURA 13 - Desfiladeiro (A), Corredor (B) e Garganta (C).
bacia pode ser limitada por um divisor de águas principal, no qual se destacam os divisores de águas secundários, limitando as bacias dos seus afluentes, que muitas vezes se separam por simples ondulações do terreno (FIGURA 14).
fRios - hidrograficamente os vales são chamados principais ousecundários.
 FIGURA 14- Divisor principal e divisores de água secundários.
Os principais são de fraca declividade e bem profundos. Os secundários, também chamados delaterais, são de maior declividade e menos profundos.Nos principais correm os grandes rios e nossecundários, os seus afluentes.
Nem sempre correm rios pelos vales. Há vales secos e também rios periódicos, (seca periódica ou estação seca) como no Nordeste, por exemplo.
Pelos vales secundários, correm os afluentes que muitas vezes são chamados de córregos. Estes recebem o nome de sanga quando os cursos d'água correm sobre escavações fundas e em terrenos de fraca declividade.
Quando um rio corre entre pedras e se mostra com o mínimo de largura, o seu vale chama-seestreito.
À medida que um rio se aproxima da foz, o seu volume d'água vai aumentando pelo recebimento das águas da região que atravessa, embora em certo ponto do seu curso a velocidade de suas águas é quase nula, devido à fraca declividade do terreno.
Existe pois, para cada curso d'água, um nível abaixo do qual a velocidade é quase nula. Para o rio principal, este nível chama-se "nível de base", que é o mar para o qual ele corre.
O "nível de base" dos afluentes é considerado como os pontos de confluência, onde a velocidade das suas águas é menor.
Geralmente, o perfil de um rio é uma linha quebrada que está de acordo com os diversos declives do seu curso. Ele só se apresenta como uma curva regular quando o declive do rio, por efeito da erosão fluvial, for devidamente rebaixado e seu leito suficientemente alargado. O regime das águas se regulariza. Diz-se então que o rio atingiu seu "perfil de equilíbrio", que é aquele que mais se avizinha do seu "nível de base".
Chama-se "perfil de equilíbrio" a curva particular, espécie de hipérbole tangente ao nível de base, que representa o perfil longitudinal do curso do rio.
O canal sobre o qual desliza o rio chama-se calha ou leito do rio.
2.3 Formas Isoladas
As formas isoladas podem ser de pequeno ou grande porte.
Os diedros a que se fez alusão, inicialmente, podem-se unir, por sua vez, constituindo formas de terreno semelhantes às pirâmides, troncos de pirâmides, cones ou troncos de cones.
a) Formas isoladas de pequeno porte:
- morrote isolado - pequena elevação, de vertentes arredondadas e de declive uniforme. Sua forma assemelha-se a um cone, sendo o seu ponto mais alto chamado de vérticecocoruto ou topo (FIGURA 15);
FIGURA 15 - Morrote isolado
- colina isolada - pequena elevação de superfície extensa e ondulada com vertente suave e forma alongada. Quando é circundada por um terreno plano, recebe o nome de outeiro (FIGURA 16);
FIGURA 16 - Colina isolada.
serro - Pequena elevação isolada de vertentes íngremes ou rochosas;
dunas - podem ser incluídas como pequenas elevações, produzidas pela ação dos ventos fortes e constantes que sopram nos desertos e nas praias, deslocando massas de areia que se acumulam. No Nordeste brasileiro há dunas de mais de 50 metros de altura. Muitas dunas são movediças, e suas representações devem ser feitas por símbolos especiais e não em curvas de nível;
Em Natal (RN), existem muitas elevações desta origem, mas que já estão consolidadas pela vegetação.
b) Formas isoladas de grande porte:
monte - elevação de porte considerável que se destaca bastante do terreno circunvizinho;
- morro - elevação de aspecto geral semelhante ao do monte, porém de porte mais modesto que o monte.
2.4 Formas Complexas (Montanhas)
De modo geral as formas complexas são chamadas de montanhas, podendo ser classificadas em:
a) cadeia de montanhas - série de montanhas que se sucedem numa grande extensão seguindo uma direção geral. Pela sua linha de cumeada, estabelece-se a divisão de águas entre rios mais ou menos importantes;
b) cordilheira - sistema de montanhas muito saliente, geralmente paralelas e próximas ao litoral. Ex.: Cordilheira dos Andes;
c) serra- área de considerável extensão, de forma muito alongada, composta de terrenos acidentados com fortes desníveis. As serras, às vezes, são constituídas de alongamentos secundários. Exemplo: a Serra Negra, MG, é uma ramificação da Serra do Espinhaço;
d) maciço - área de terreno montanhoso que já foi parcialmmente erodido;
e) outras formas salientes - na linha de cumeada das formas complexas, podem ocorrer vértices salientes que, de acordo com suas formas, recebem nomes especiais:
pico - é um ponto culminante, em geral de forma cônica, pontiaguda. Exemplo: Pico da Bandeira - ponto culminante na Serra de Caparaó, com 2 884 metros de altitude nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo;
agulha ou dedo - é uma elevação escarpada que termina em forma de ponta aguda. Exemplos: Dedo de Deus na Serra dos Órgãos e Agulhas Negras na Serra de Itatiaia;
mesa - é uma elevação de forma tabular, apresentando o topo achatado, e vertentes retilíneas. É circundada por terrenos escavados e retirados pela erosão.
Quando uma elevação não tem sua altitude máxima como o ponto mais alto de uma região, é chamada de alto topográfico.
A parte mais baixa das formas complexas são denominadas sopéfalda (ou fralda) ou flanco.
2.5 Formas Intermediárias
As formas intermediárias são terrenos mais ou menos planos que, quando estão rebaixados em relação aos terrenos vizinhos, e os processos de agradação superam os de degradação, recebem o nome de planícies. Entretanto, se forem elevados em relação ao nível do mar, e geralmente apresentam altitudes superiores a 200 metros, são chamados de planaltos.
Os planaltos recebem várias denominações:
a) chapadão - é uma extensa área composta por uma série de planaltos, de superfície regular, que à distância não se percebem as depressões e saliências. São muito comuns na região Centro-Oeste do Brasil;
b) coxilha - é um planalto de grande extensão onde pequenas elevações ou colinas se sucedem. É um termo usual no Rio Grande do Sul;
c) tabuleiro - é um planalto pouco elevado e de grande extensão, geralmente arenoso, de encostas dispostas em patamares superpostos e de vegetação rasteira;
d) chapada - é uma grande superfície, cuja altitude é superior a 500 metros. São comuns nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Exemplo: Chapada dos Guimarães no Mato Grosso.
As planícies são regiões extensas, sensivelmente planas, que podem estar situadas à margem ou no interior de terras elevadas, pertencentes a planaltos ou montanhas. Portanto, as planícies são mais baixas em relação aos terrenos que as circundam.
As planícies constituem áreas de agradação, isto é de sedimentação, sendo classificadas segundo sua origem:
a) planícies aluviais ou planícies de inundação: são aquelas formadas pelo transbordamento das águas fluviais durante as cheias ou inundações dos rios;
b) planícies deltaicas: são aquelas que constituem prolongamentos das planícies aluvias em áreas de deltas;
c) planícies costeiras: têm sua origem ligada a depósitos transportados por rios e mares.
As planícies têm também a designação genérica de campos, e, conforme o aspecto e a situação que apresentam, chamam-se:
a) campina - campo extenso e desprovido de árvores;
b) campanha - campo extenso que pode ser cultivado ou a isto se prestar, servindo de pasto ou invernadas para os animais;
c) várzea - terreno plano que se encontra nos vales junto à margem dos rios;
d) pampa - vasta planície coberta de vegetação baixa, na região Sul do Brasil;
f) baixada - planície situada entre montanhas e o mar. Também chamada de planície costeira. Exemplo: Baixada Fluminense, que se alarga entre a Serra do Mar e o litoral;
3.CLASSIFICAÇÃO DO TERRENO
Com relaçào à diferença de nível, um terreno pode apresentar-se planoonduladomovimentado eacidentado:
a) plano - quando o nível do terreno não apresenta variações sensíveis (planícies);
b) ondulado - quando apresenta pequenos desníveis dando aspecto ondulado. Exemplo: relevo de colinas;
c) movimentado - quando o terreno é constituído de pequenas elevações separadas por fracas depressões. Exemplo: relevo de morros;
d) acidentado - quando o terreno apresenta grandes desníveis, com a presença de um relevo vigoroso com elevações como montanhas e serras.
4.FORMAÇÃO DO RELEVO 
A superfície terrestre é uma superfície de contacto, pois une ambientes diferentes: a litosfera, que é a parte sólida, com a hidrosfera e a atmosfera, que são as partes líquida e gasosa, respectivamente. As formas de relevo nela existentes são resultantes da ação antagônica das forças internas neles existentes 
A litosfera reflete um equilíbrio entre a ação antagônica das forças de naturezas diferentes sobre ela. São as forças internas, que têm sua origem no interior da Terra e são denominadas processos endógenos ou agentes internos, e as forças externas, que estão presentes na hidrosfera e na atmosfera, denominadas processos exógenos ou agentes externos.
4.1 Ação dos Agentes Internos
Os agentes internos são vulcanismo e tectonismo. Os vulcões e os freqüentes terremotos continuam a ocorrer e a modificar o aspecto da superfície terrestre, bem como os seculares movimentos de nível que, embora lentos, se manifestam, tendo como resultado o abaixamento ou a elevação das costas marítimas.
As formas resultantes de forças internas, através de soerguimento da crosta e erupções vulcânicas, são consideradas formas iniciais, que serão alteradas pela atuação de forças externas.
A existência de formas como cordilheiras e altas montanhas em algumas regiões do Globo é sinal de que as forças internas atuaram recentemente.
4.2 Ação dos Agentes Externos
Ao mesmo tempo que a terra sofre a ação dos agentes internos que alteram a sua superfície estrutural, ela é submetida à ação de certo número de agentes externos, que atuam constantemente sobre a superfície escultural ou topográfica.
Os agentes externos presentes na hidrosfera são as águas correntes, vagas, marés , correntes marinhas e gelo, e na atmosfera, o calor solar, frio intenso, vento, e especialmente a gravidade que está presente tanto na atmosfera como na hidrosfera, e é a força responsável pelos movimentos de terra nas encostas (escorregamentos) e pela drenagem da água.
Os agentes externos promovem a escultura das formas do relevo, isto é, atuam nas formas iniciais,e recebem o nome de formas sequenciais. Estas aparecem como resultado da ação chamada de erosão, isto é, são resultantes da remoção e deposição de resíduos.
Todas as formas sequenciais são denominadas formas erosionais quando resultantes da remoção progressiva dos resíduos gerados pelo desgaste de massa rochosa e de solo. Quando depositados, os resíduos constituem as formas deposicionais.
O relevo atual é sempre uma herança de processos combinados de erosão e deposição
A erosão é a escultura do modelado do terreno agindo lenta, ininterrupta e progressivamente, desagregando, transportando e acumulando material.
As águas agem por via mecânica ou química, exercendo uma dupla ação: a de desagregação e a de transporte das rochas que, combinada com a gravidade, constituem o principal fator do modelado do terreno. A erosão produzida pela água pode ser: fluvial, pluvial e marítima.
A erosão fluvial é ocasionada pelo trabalho dos cursos d'água na desagregação, transporte e depósito dos materiais desagregados, modificando as formas do terreno ou dando origem a outras.
A erosão pluvial, desencadeada pelas águas da chuva, age por desagregação mecânica ou decomposição química. A desagregação mecânica é originada pelo choque ou impetuosidade das águas pluviais sobre as rochas, e a decomposição química é resultante das águas pluviais ricas em oxigênio e ácido carbônico (H2CO3) que, penetrando nas fendas das rochas, as decompõem em argila e areia.
A erosão marítima é a produzida pelos choques das águas do mar sobre as costas continentais trazendo em conseqüência alterações no litoral e embocadura dos rios.
Como agentes físicos, têm-se o calor solar, frio intenso e gelo.
Estes agentes são responsáveis pela dilatação e contração das rochas, produzindo sua fragmentação. O calor produz a dilatação, e o frio intenso, a contração. A variação brusca do calor para o frio provoca rupturas e fendas nas rochas, com desagregação e decomposição exterior. Exemplo : o Pão de Açúcar, que se apresenta todo fendilhado e cheio de brechas, tendo em sua base, na orla marítima, enormes matacões, que foram desagregados.
Erosão eólica, (na mitologia, Éolo o deus dos ventos). O vento corrói, transporta e acumula adiante o material desagregado, dando lugar a novas formas.
Os materiais desagregados por outros agentes resvalam e caem das encostas sob a ação da gravidade que atua na modificação do modelado do terreno, alterando os declives.
Alguns tipos de clima têm maior influência na modelagem do terreno. Assim, no clima úmido, as chuvas contínuas e os rios, em maior número, fazem com que o modelado do terreno seja muito trabalhado. Exemplo: a Amazônia, região com chuvas abundantes, apresenta grandes modificações no modelado, embora a presença da vegetação exuberante atue como um fator fixador das formas do terreno.
Nos climas áridos, as chuvas são muito raras e quando ocorrem, há uma rápida infiltração das águas no terreno e grande evaporação. Nas regiões áridas o vento é o principal agente modelador. Exemplo: região nordeste do Brasil.
4.3 Rochas e Solos
As rochas, quanto à sua gênese, podem-se classificar em três grandes grupos: magmáticas, sedimentares e metamórficas.
As rochas magmáticas ou ígneas resultam da consolidação do magma. Exemplos: granito e basalto.
As rochas sedimentares são formadas pela deposição de detritos oriundos da desagregação de rochas preexistentes ou pela acumulação de substâncias orgânicas, animais ou vegetais, ou ainda pela precipitação química de sais dissolvidos nas águas dos rios, lagos e mares. Exemplos: calcário e arenito.
As rochas metamórficas são oriundas da transformação ou metamorfismo das rochas magmáticas ou sedimentares. Exemplo: gnaisse, mármore e quartzito.
Quanto aos solos, originam-se da ação dos diversos agentes transformadores (químicos, físicos ou biológicos) sobre as rochas.
Nessa decomposição e alteração influi, ainda, o fator climático e, sobre os elementos transformados, os agentes transportadores.
O clima controla os processos de intemperismo através das temperaturas e das precipitações e, indiretamente, através da cobertura vegetal. O resultado da atuação interada destes fatores é o desenvolvimento dos solos.
Como exemplo da influência do clima citam-se solos chamados lateritas, que se formam em regiões tropicais, de clima quente e úmido, e que se caracterizam pelos elevados teores de alumina e óxido de ferro. O solo é, assim, uma função da rocha de origem e dos diversos agentes transformadores e transportadores.
Resumindo-se os diferentes tipos de solos, estes podem ser classificados em: residuais, sedimentares e orgânicos, conforme os produtos da decomposição se encontrem no local da rocha de origem ou não e aqueles cuja origem é essencialmente orgânica. São os principais produtos da decomposição: pedregulhos, areias, siltes e argilas.
5.LEIS DO MODELADO DO TERRENO
As leis do modelado do terreno são certas regras, com foros de lei, deduzidas de observações da natureza. Com base nos agentes externos (transformadores e transportadores), água, calor, solos, frio intenso, gelo, vento, gravidade, surgiram as regras práticas de Brisson, ou seja, as derivadas da lei de erosão. Estas regras dão-nos as relações que existem entre as diversas formas do terreno, permitindo não só o traçado das curvas de nível, sem que se cometam erros grosseiros na representação das formas do terreno, como também a procura, no terreno, dos acidentes mencionados na carta.
Conhecendo-se as regras de Brisson, serão também judiciosamente escolhidos os pontos do terreno necessários para a representação do seu modelado.
5.1 Regras de Brisson
As regras práticas de Brisson são relativas aos três principais elementos de modelado: talvegues e cursos d'água, vertentes e linhas de divisão de águas.
As regras relativas aos talvegues e cursos d'água são:
a) lei da continuidade dos declives: "De um ponto qualquer do terreno pode-se descer até o mar sem nunca subir".Só excepcionalmente, tem-se na natureza uma "cuba", como ocorre nos terrenos calcários e arenosos. Portanto, sem um exame prévio, não se deve fechar uma curva de nível em torno de um terreno de altura inferior a esta.
b) "A declividade de um curso d'água ou linha de talvegue decresce de montante para jusante".
O perfil de equilíbrio para o qual tende o curso d'água, sendo uma curva côncava, de declive decrescente de montante para jusante, deve-se espaçar de mais a mais os pontos de intersecção das curvas de nível com o talvegue, ou cursos d'água, à proporção que se desce para jusante. A exceção desta regra seria um curso d'água que não tivesse atingido o seu perfil de equilíbrio (FIGURA 17).
FIGURA 17- Curva perfil do curso d'água ou talvegue.
c) "Projetando-se sobre um plano vertical os perfís de um curso d'água e seus afluentes, a curva perfil do curso principal envolverá as dos seus afluentes e as de cada um destes, por sua vez, a dos seus sub-afluentes" (FIGURA 18).
Isto não poderia deixar de acontecer, uma vez que, no ponto em que o curso d'água atinge o nível de base - o mar - para o rio principal, e as confluências para os afluentes, o perfil é tangente a uma reta cuja inclinação com a horizontal será tanto menor quanto mais importante ele for. Em conseqüência, os declives nos afluentes são mais fortes que no rio principal e, assim, uma curva de nível, a montante de uma confluência, corta o talvegue do curso principal mais longe da confluência do que o talvegue do afluente (FIGURA 19).
O ângulo que forma dois cursos d'água em sua confluência é geralmente menor que 90o (FIGURA 20).
Na confluência o curso principal forma uma curva convexa, em relação ao afluente, tanto mais pronunciada quanto mais importante ele for (FIGURA 21).

FIGURA 18 - Perfil de um curso d'água e de seus afluentes.
 FIGURA 19 - Traçado de uma curva de nível na confluência de dois cursos d'água.
 FIGURA 20 - Ângulos formados pela confluência de dois cursos d'água.
A exceção desta regra seria um modelado irregular que poderia ser causado pela falta de homogeneidade do terreno, ou pelo fato da sua origem geológica recente, não dando lugar a que a erosão complete o seu trabalho.
d) "Nas sinuosidades de um curso d'água, as declividades exteriores às curvas do rio são mais acentuadas que as interiores" (FIGURA 22).
FIGURA 21 - Curva de um curso d'água principal ao receber um afluente.
FIGURA 22 - Traçado das curvas de nível em torno de um curso d'água sinuoso.
É uma conseqüência da ação da força centrífuga da massa d'água desenvolvida nas curvas. 
Não raro, o rio rompe o terreno na direção da centrífuga, formando um novo leito e abandonando o primitivo.
Observa-se também que, quando há um rio na base de uma elevação, as curvas de nível acompanham, em regra, a forma do seu leito.
regra relativa à vertente é: "Geralmente as curvas de nível da mesma altura se fazem seguir sobre as duas partes de uma mesma vertente, separadas, uma da outra, por um vale lateral" (FIGURA 23)
FIGURA 23 - Lei da continuidade da vertente.
É a lei da continuidade da vertente: as partes ab e cd da vertente não são modificadas pelo trabalho do afluente que cavou o seu leito entre b e c.
Em terreno comum, as curvas de nível tendem a correr paralelamente umas às outras.
Um terreno muito resistente ou pouco resistente pode ter suas vertentes representadas por curvas de nível não paralelas.
É certo que, representando o terreno pelas curvas de nível apenas em função dos pontos determinados, surgem indecisões quanto à interpretação da forma do mesmo dado ao grande número de detalhes que contém cada curva de nível.
Este fato ainda mais se evidencia em regiões de fraca declividade, onde as curvas são demasiadamente espaçadas. Então, para que se possa acompanhar de uma curva a outra a continuidade da superfície topográfica e ressaltar os vales e divisores de águas, deve-se reforçar um pouco os traços predominantes e suprimir outros para melhor interpretação da forma.A esta operação de generalização da forma dá-se o nome de penteado das curvas.
As regras relativas às linhas de divisão de águas são:
a) "Quando uma linha de festo (divisor de águas) separa dois cursos d'água, ela se eleva quando os cursos d'água se afastam e se abaixa quando eles se aproximam" (FIGURA 24).
 FIGURA 24 - Divisor d'água entre dois rios.
Observa-se também que, quando dois cursos d'água se encontram, o divisor que os separa fica sensivelmente no prolongamento do rio resultante da junção dos outros dois.
b)"Se dois cursos d'água têm níveis diferentes, a linha de  festo se aproxima mais daquele que tiver o nível mais elevado" (FIGURA 25).
FIGURA 25 - Divisor d'água entre dois cursos d'água de níveis diferentes.
c) "Sempre que uma linha de festo muda de direção, lança um   contraforte, ainda que curto, em sentido oposto à abertura do angulo de deflexão" (FIGURA 26).
d) "Entre dois talvegues vizinhos que se originam do mesmo lado de uma linha de festo, deve haver, por mais fraco que seja, um divisor de água que os separa"(FIGURA 27).
Isto é evidente porque, do contrário, não existiriam dois talvegues e sim, um único. Algumas vezes a linha do divisor d'água que separa os dois talvegues se abaixa, formando uma sela (FIGURA 28).
FIGURA 26 - Traçado de curvas de nível em duas linhas de festo.
FIGURA 27 - Divisor d'água entre dois talvegues vizinhos.
FIGURA 28 - Linha de festo que forma uma sela.
Outras vezes os dois cursos d'água tomam direções opostas, dando lugar a uma sela entre seus cotovelos (FIGURA 29).
FIGURA 29 - Dois cursos d'água em direções opostas, formando uma sela.
e) "Quando dois talvegues tiverem origem em lados opostos de uma linha de festo, esta se abaixa formando uma sela" (FIGURA 30).
As águas pluviais que caírem em a e b descem para c e, como aí não podem ficar, derivam para os lados onde, não encontrando obstáculos, sulcam pela sua velocidade e pelos materiais que arrastam dois talvegues opostos.
Os talvegues, no caso, são conseqüência da sela.
As selas são as partes mais favoráveis de passagem de uma vertente para outra.
FIGURA 30 - Sela formada em linha de festo.
A regra quanto ao cone de dejeção é: "Quando um rio, durante o seu curso, se bifurca, entre as bifurcações se forma um leque chamado cone de dejeção ou aluvião".
O cone de dejeção se forma em consequência do material transportado pelo rio e que se acumula na foz ou embocadura deste.
Neste caso, o declive do rio não é uniforme, os materiais são transportados com maior velocidade nos declives fortes e, encontrando um declive fraco, aí deposita os referidos materiais, bifurcando-se e dando origem ao cone de dejeção.
Quando não se tem conhecimento do que seja um cone de dejeção, fica-se surpreendido ao ver surgir um vale repentinamente fechado por uma elevação (FIGURA 31).
FIGURA 31 - Cone de dejeção.
Os cones de dejeção são, às vezes, curtos e de fortes declives, outras vezes, extensos e de suave inclinação.

5.2 Regra de Boulanger
"Se uma das vertentes de uma montanha tem inclinação suave, a vertente que lhe fica oposta tem inclinação forte" (FIGURA 32).
FIGURA 32 - Vertentes de uma montanha.
A regra de Boulanger permite a escolha da encosta mais favorável ao traçado das vias de transporte.
Às vezes, a declividade em uma das vertentes é suave no sopé e forte nas proximidades do cume, passando-se o inverso na vertente oposta (FIGURA 33).

FIGURA 33 - Montanha com vertentes irregulares.
Em alguns casos há necessidade de galgar tais elevações pelas vertentes íngremes, o que se dá na vertente oceânica da Serra do Mar, por onde correm vias férreas que usam percursos especiais para galgá-las. Exemplos: na subida para Petrópolis é usada uma cremalheira, para Teresópolis, recorre-se ao trilho auxiliar e, em São Paulo, apela-se para o plano inclinado.
5.3 Conclusões
a) O traçado das curvas de nível deve ser iniciado pela cota mais alta;
b) o número de pontos necessários para o traçado das curvas de nível depende do processo de levantamento e da equidistância entre as curvas de nível;
c) os pontos cotados, ao mesmo tempo que completam a definição do relevo, se prestam também para a leitura fácil do modelado do terreno.
Devem ser cotados os vértices das elevações, selas, bifurcações das vias de transporte, pontes, bueiros, etc. Nos levantamentos topográficos, obrigatoriamente, devem ser medidos altimetricamente os seguintes elementos do modelado:
a) pontos notáveis dos divisores d'água (linha de festo);
b) pontos notáveis das linhas de talvegue;
c) linhas de mudança de declive.
Uma vez elaborado o esqueleto do terreno com as linhas acima mencionadas, procede-se ao traçado das curvas de nível iniciando-se pelas de maior valor e obedecendo às leis do modelado.


FONTE: http://yrapiranga.blogspot.com.br/p/topologia.html